Partiremos de uma pergunta que fizeram recentemente e que considero mais do que pertinente: “De que modo a Psicoterapia pode me ajudar a ser feliz?”. Este é um tema que motivou um sem fim de considerações filosóficas ao longo do tempo: “A Felicidade”. Iniciemos nossa conversa a respeito do tema.
Embora não tenhamos uma resposta definitiva e que abarque toda a humanidade, afinal, o que motiva a felicidade depende, também, de características individuais; ao menos contamos com uma infinidade de recursos e princípios que colaboram – e muito – para uma experiência de vida mais harmoniosa, integrada ao meio social de modo saudável e em fluxo dinâmico e realizador.
Na Psicoterapia, utilizamos ferramentas teóricas, conceituais e a experiência clínica, para proporcionar os mais realizadores e duradouros resultados para diversas questões emergentes, como ansiedade, solidão, depressão, angústia, stress, timidez, dificuldades nos relacionamentos e tantos outros sofrimentos que podem ser bem administrados visando paz e contentamento.
Nesse ínterim, exatamente sobre paz e sobre contentamento é que encontramos elementos norteadores sobre o que resulta da Psicoterapia em termos de Felicidade: a experiência de felicidade, enquanto fim a ser alcançado, tende a ser fugaz e a escapar das mãos tão logo o objeto de satisfação, do propósito de felicidade, seja conquistado. Por exemplo: o sujeito afirma que se conseguir um determinado emprego, será feliz de verdade; outro, quando comprar sua casinha, outro quando conquistar o coração da pessoa amada.
Se estes desejos se concretizam, o que a sua experiência diz: que estes sujeitos dos exemplos serão “felizes para sempre”, ou vão experimentar um estado de contentamento que pode durar mais ou menos, mas acaba? E quando acaba esta experiência relativa de felicidade, a insatisfação se instala novamente, e desejos são projetados para criar a expectativa de realização da felicidade. A assim a vida flui em altos e baixos.
Na Psicoterapia, lidamos com atos e fatos humanos, em sua totalidade, objetivando a felicidade e a harmonia integral, não há dúvidas, mas não como um fim que se atinge, e sim como um meio, como um caminho que pode ser percorrido. Desse modo, a partir de reflexões e gratificantes interações, aprendemos sobre nossas particularidades, sobre nossos desejos, aspirações, temores etc., a fim de realizar um continuo de estabilidade, segurança e satisfação.
Com as duas máximas de um Sábio da Antiguidade Grega, Sócrates- “Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo”- encontramos a pedra angular do conhecimento da Psicoterapia, que é a alma humana, que por meio da disposição de viver a aventura chamada vida – e suas infinitas possibilidades – e através das aspirações resultantes do autoconhecimento, chega-se ao saber e à virtude, que são os meios realizadores da felicidade humana, dinâmicos assim como a vida o é. Assim, a felicidade passa a ser uma experiência com a qual caminhamos, e não mais um desejo longínquo que se persegue.
Foto de Adriano Azevedo