Nosso Divertinauta e crítico de filmes – Marcelo Reis – publica abaixo suas opiniões sobre filmes em cartaz – DIVIRTA-SE!!! #divertidosos
14/10/2015
A Travessia [The Walk, 2015] Dir: Robert Zemeckis Com: Joseph Gordon-Levitt, Charlotte Le Bon e Ben Kingsley
Por Marcelo Reis – Cotação: 5 estrelas *****
A história do equilibrista francês Philippe Petit está de volta às telas.
Depois de ser contada, através do documentário vencedor do Oscar em 2009 (“O Equilibrista”/ Man on Wire, dirigido por James Marsh, que depois faria “A Teoria de Tudo”), volta às telas pelas mãos do cineasta Robert Zemeckis (trilogia “De Volta para o Futuro”, “O Náufrago”), rodando o filme todo em 3D, com a mais alta tecnologia para mostrar o homem que “andou nas nuvens” e fez do impossível, algo inesquecível
O talentoso Joseph Gordon-Levitt (“A Origem”) interpreta Petit, famoso por atravessar as Torres Gêmeas usando apenas um cabo em 7 de agosto de 1974. A façanha acabou ganhando destaque no mundo inteiro.
O filme começa com Petit narrando sua trajetória até o evento, que inicia como malabarista e acrobata nas ruas de Paris, onde conhece a artista de rua, Annie (a adorável, Charlotte Le Bon).
Ao se deparar com uma reportagem sobre a construção do World Trade Center (em meados de 1974), encontra um propósito em sua vida: estender um cabo de uma torre a outra e atravessá-lo, sem proteção ou truques. Para isso – além de um mentor (vivido por sir Ben Kingsley), que conhece no circo –, convoca um grupo de pessoas (incluindo Annie) a quem chama de “seus cúmplices” para colocar o plano em prática. A história, nesse momento, ganha ares de filme de assalto a bancos, pois sua equipe parece uma quadrilha, tamanho o cuidado, preparo e a invasão que vão fazendo ao local.
A travessia do título é, sem dúvida, notável. Faz o espectador se sentir na corda com Petit, provocando ao mesmo tempo, encantamento pela beleza e medo de uma possível queda.
Se o equilibrista francês conseguiu realizar o impossível (e ilegal, como ele mesmo reconhece) e torná-lo mágico, Zemeckis consegue, através de seu conhecimento em tecnologia proporcionada à sétima arte (como já havia mostrado em filmes como “Forrest Gump”, “Expresso Polar”, entre outros) um longa que beira à perfeição. Exatamente como seu artista retratado.
Com “A Travessia”, o cineasta norte-americano consegue fazer jus não só ao notório equilibrista, mas também presta uma bela homenagem à Nova York de outrora e às torres gêmeas, trazendo à memória, imagens mais reconfortantes (quase como um sonho), fazendo-nos esquecer, por alguns instantes que, quase 30 anos depois, elas não existiriam mais.
Embarque nessa travessia com Philippe Petit e veja o mundo, lá do alto, através de seus olhos
13/10/2015
Peter Pan [Pan, 2015] Dir: Joe Wright Com: Levi Miller, Hugh Jackman, Garrett Hedlund, Rooney Mara, Amanda Seyfried e Cara Delevingne.
Por Marcelo Reis – cotação 3 estrelas ***
“Todas as crianças crescem, exceto uma”. Assim começava o clássico de J.M. Barrie, “Peter Pan” (na verdade, baseado no romance, “Peter e Wendy”, depois mais conhecido, simplesmente, como Peter Pan), sobre um menino que vivia num lugar muito distante, chamado Terra do Nunca (um lugar encantado, repleto de fadas) e junto com os “meninos perdidos” (grupo que liderava), enfrentava piratas, cujo líder era o capitão Gancho.
“Peter Pan” [Pan, 2015], a nova super produção da Warner (que custou U$$ 150 milhões) narra a história anterior ao que já se conhece, onde Peter é um menino largado num orfanato pela mãe, maltratado por uma madre (chegando ao ponto de lembrar, de início, mais “Oliver Twist”, de Charles Dickens do que o clássico de Barrie) e que vai parar num lugar encantado, a Terra do Nunca, onde fica amigo de James Gancho (Garrett Hedlund, de “Na Estrada”/On the Road, dirigido por Walter Salles) e da princesa Tigrinha (Rooney Mara da versão americana de “Millenium”) e precisa combater o Capitão Barba Negra (Hugh Jackman, numa caracterização estranha, mas onde o astro se sai bem) que pretende invadir o reino das fadas.
Quem comanda essa nova releitura do clássico de J. M. Barrie (que já teve uma cinebio levada às telas, “Em Busca da Terra do Nunca”, estrelado por Johnny Depp) é o talentoso Joe Wright (dos clássicos “Desejo e Reparação” e “Anna Karenina”) que tem à disposição o que há de melhor em termos de efeitos visuais e um orçamento super generoso (como descrito acima) para colocar a ideia na tela, mas se o filme é visualmente deslumbrante, o mesmo não se pode dizer do roteiro, que traz alguns furos (ou seria “liberdade artística”?) para contar sua história. Quem conhece a história original vai percebê-los.
Essa nova versão de “Peter Pan” acaba sendo para quem nunca viu as versões anteriores (além do clássico desenho da Disney de 1953, aprecio muito a versão live-action de 2003) ou leu o clássico de J. M. Barrie.
De qualquer forma, embarque para Terra do Nunca com Peter Pan e sua turma e, se puder, leia o livro também, que não irá se decepcionar. Na verdade, a viagem será ainda mais prazerosa.
Curiosidades sobre a obra e o personagem: quando o autor montou “Peter Pan” para o teatro, ele usou atores renomados da época interpretando personagens muito diferentes aos que estavam acostumados, como, por exemplo, animais (o cão-babá da família de Wendy) e Peter Pan, na verdade, era interpretado por uma mulher. No palco, ainda se monta Peter Pan com atrizes encarnando o menino que não queria crescer (como, por exemplo, a atriz Allison Williams – da série “Girls”, da HBO – que fez o musical “Peter Pan Live!”, transmitido pela NBC ano passado), mas nas telas é sempre interpretado por um menino.
Parabenizo o site pelas ótimas críticas do recém contratado Marcelo Reis!!!
Divertidosos agradece seu comentário e espera contar sempre com as ótimas críticas de nosso Divertinauta Marcelo Reis!!! 🙂