A matéria ficou ótima e linda visualmente! Mais uma vez, Divertidosos agradece à Repórter Suzana Fonseca, ao Fotógrafo Rogério Soares e à Editora-executiva do Jornal A Tribuna – Arminda Augusto, pela reportagem realizada hoje, 22/05/2014.
Outro mundo na ponta dos dedos
Em uma manhã abafada de quinta-feira, ele podia estar sentado no sofá assistindo à televisão, reclamando do tempo ou jogando dominó. Mas, aos 75 anos, esse jovem senhor está dando uma entrevista. A quarta em cinco meses.
“Idoso é um cara que tem rugas de felicidade. Velho é o cara que tem rugas de amargura. As rugas são as mesmas”, afirma Guilherme Gargantini. O idoso em questão, morador em Santos, é o idealizador do site Divertidosos (www.divertidosos.com.br). Criada em outubro passado, a página já recebeu quase 9 mil visitas.
Nada mau para uma pessoa que há dez anos só usava o computador para jogar paciência. “Passo, no mínimo, três horas por dia no computador”. No restante do tempo, ele está ao lado da mulher, Monika Gargantini, bolando ideias para incrementar o site ou passarinhando pela praia – eleita seu escritório –, ou distribuindo folhetos com informações sobre o Divertidosos ou, ainda, conversando com os amigos, ou fazendo novos amigos, ou simplesmente passeando com a cachorrinha Stephanie ou…A lista não acaba, nem a disposição desse jovem senhor.
Nas atividades que desenvolve ao longo do dia, Guilherme vai tendo novas ideias para o site, onde há piadas, dicas de saúde, histórias de internautas, informações do mundo pet, fotos dos amigos e dicas de viagem e hospedagem. O conteúdo do Divertidosos é desenvolvido para “atualizar, informar e divertir” aqueles que estão na chamada última infância, segundo Guilherme.
Morador de Santos é o idealizador do site Divertidosos (www.divertidosos.com.br), criado no ano passado
IDEIA
O grande responsável pela ideia que Guilherme teve de criar o site foi seu pai, Orlando Gargantini. Indiretamente. “Eu morava em São Paulo, e meu pai teve um acidente vascular cerebral. Vim para cá cuidar dele”, lembra Guilherme.
“Ficávamos dentro de casa e ele não me dava sossego um minuto. Cheguei a dar um sino para ele tocar quando quisesse me chamar e tive que arrancar o badalo, porque ele não parava de tocar aquele sino”. Cansado da rotina no apartamento, Guilherme pediu para a mulher levar um computador para lá. Sem saber muito bem como usufruir do equipamento, começou a jogar paciência ao lado do pai, então com 92 anos.
“Um dia ele virou para mim e perguntou: ‘O que tanto você mexe nisso? E por que você não me ensina a mexer também?’”, recorda o idealizador do site. “Comecei a ensinar meu pai. Em meia hora, até a tremedeira dele tinha passado”. Depois disso, seu Orlando só queria saber de jogar paciência. Acordava e ia direto para o computador, de onde saía só no final do dia – protestando. “Isso foi durante três anos, até ele morrer”.
O tempo passou, Monika veio morar em Santos e Guilherme começou a observar algumas coisas envolvendo idosos e o mundo virtual. “Eu vi que todo cara de 60 anos para cima tem um preconceito com computador, tem medo de mexer. Fui fazer um curso de informática para idosos e aprendi o básico”, conta o idealizador do Divertidosos. “Aí, comecei a pensar: se consegui fazer meu pai, com 92 anos, começar a usar o computador, se uma criança de 5 anos consegue, pô, por que minha idade não pode usufruir disso?”. E assim nasceu o site.
NA PONTA DOS DEDOS
“Conheço Grécia, Inglaterra, o mundo todo, by computador”, afirma Guilherme. “Vou confessar uma coisa: acho site chique. Para mim, é chique ter um site. Então, falei para minha mulher: ‘Quero ter um site’”. Diante da vontade e da disposição do marido, Monika comprou a ideia e foi fazer um curso de web design. Depois, imprimiu folhetos com informações sobre o Divertidosos e botou Guilherme para andar e divulgar o trabalho.
Em 31 de dezembro, o idealizador do site foi procurado por uma emissora de TV interessada em gravar uma entrevista. A matéria foi feita no dia 3 de janeiro. Mas só foi ao ar no dia 17. Duas semanas da mais completa ansiedade. “Liguei lá para saber quando iria passar, mas me disseram que era matéria fria. E me explicaram o que é matéria fria (que não precisa ser publicada imediatamente).
Então, matéria quente precisa ter sangue?”, brinca Guilherme. Já ansioso, na hora de irmos embora, o idealizador do site não resiste e me pergunta: “Quando vai ser publicada essa matéria?”. Eu também não resisto. “Seu Guilherme, o senhor já sabe… É uma matéria fria…”. E caímos na gargalhada.
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