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Tabu em torno de suicídio é tema de campanha educativa que conscientiza para prevenção

Por 8 de setembro de 2019 Um Comentário

 


Tabu em torno de suicídio é tema de campanha educativa que conscientiza para prevenção

Iniciativa é realizada pelo CVV com o apoio da Libbs

O silêncio, o preconceito e o tabu são comuns quando o assunto é suicídio e podem se transformar em gatilhos para pessoas que estão sofrendo. Por isso, a campanha “Falar de Suicídio Não é Tabu”, uma iniciativa de caráter educativo e conscientizador realizada pelo CVV com o apoio da Libbs, traz o assunto à tona, com o objetivo de incentivar o diálogo em torno do tema.

Segundo a experiência de quase seis décadas do CVV, quando as pessoas conversam sobre suas tristezas e pensamentos suicidas sem se sentirem julgadas, têm mais facilidade para encontrar novas alternativas e seguir em frente. “Tentar reduzir o estigma relacionado ao assunto e incentivar o diálogo por meio de empatia e acolhimento é, de alguma forma, capacitar e estimular a própria população a fazer dentro de seu meio, o que os voluntários do CVV fazem nacionalmente”, explica Carlos Correia, voluntário e porta-voz do CVV. “A principal diferença é que no nosso caso há ainda o anonimato por parte de quem nos procura, o que deixa algumas pessoas mais à vontade para uma conversa aberta”, complementa.

A iniciativa consiste em ações online e offline para desmistificar pré-conceitos, reforçando a importância do diálogo para a prevenção do suicídio. Psiquiatras e representantes do CVV farão palestras educativas em faculdades de São Paulo para abordarem o tema. Nas redes sociais – Instagram, Twitter e Youtube –, foram criados canais informativos com o nome da campanha (@falardesuicidio), para abastecimento de conteúdo educativo, além da participação de influenciadores digitais engajados na causa.



Sobre suicídio

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em todo o mundo, a cada 40 segundos alguém se suicida. E, a cada três segundos, uma pessoa tenta se matar.  O Brasil é o oitavo país do mundo em número de casos com 12 mil por ano, o que representa uma morte a cada 45 minutos. São diferentes os motivos que levam um indivíduo a tomar a decisão de acabar com a própria vida. Entretanto, 97% das pessoas possuem algum tipo de doença mental que poderia ser tratada.

“Os maiores riscos para suicídio são indivíduos que tentaram anteriormente e que têm algum tipo de transtorno mental (depressão, transtorno bipolar do humor, uso e dependência de álcool e drogas, esquizofrenia). Na mesma linha, pessoas que passam por experiências de bullying, assédios de toda espécie e burnout (estresse no trabalho), têm mais chance de tentar o suicídio.  Independente da causa, falar pode mudar tudo”, explica o psiquiatra Dr. José Paulo Fiks.

Doenças clínicas com tendência à cronicidade também têm se mostrado como campo de risco, como os portadores de HIV/AIDS, câncer e doenças degenerativas. Condições sociais também podem predispor ao suicídio, como, por exemplo, isolamento social, desemprego, empobrecimento e dívidas.



Falar é importante. Ouvir também

Confira abaixo algumas dicas que podem servir de apoio para quem quer ajudar pessoas que estão passando por uma situação difícil.

Como ser um bom ouvinte?

Crie um ambiente confortável e seguro para iniciar a conversa;
Mantenha o olhar na pessoa (esqueça o celular por alguns minutos);
Tenha empatia – tente compreender a dor dessa pessoa;
Não interfira nas pausas e nem complete frases;
Não dê opiniões pessoais com exemplos da própria experiência;
Não faça comparações do problema dessa pessoa com a de outras;
Não simplifique a situação com frases como “isso passa” ou “você supera”;
Não responda a possíveis agressões;

O que dizer para quem precisa de ajuda?

Pergunte se a pessoa está pensando em suicídio;
Em caso de resposta positiva, pergunte o conteúdo deste pensamento;
Diga que tem tempo para escutá-la (“sou todos ouvidos para você neste momento”);
Ofereça auxílio para buscar ajuda médica profissional (muitas vezes é necessário ajudar a pessoa a chegar ao médico).


Mitos ou Tabus sobre suicídio…


COMO SER UM VOLUNTÁRIO DO CVV

O voluntário do CVV doa seu tempo e sua atenção para quem deseja conversar com outra pessoa de forma anônima, sigilosa e sem julgamentos ou críticas.

Se você tem mais de 18 anos de idade, pelo menos quatro horas disponíveis por semana e vontade de ajudar pessoas, você pode ser um plantonista do CVV.  Para isto, você precisa participar de um curso gratuito de preparação de voluntários, em um dos 110 postos de atendimento em todo o país ou no ambiente virtual. As principais frentes de atuação do plantonista são o atendimento por telefone, e-mail e chat.

Para se cadastrar e participar gratuitamente do curso presencial ou virtualmente, acesse o site do CVV em cvv.org.br/voluntario/

Também é possível ser um voluntário-especialista, nos auxiliando com seus conhecimentos e habilidades próprias, como, por exemplo, na divulgação, captação de recursos ou tecnologias.  Nesse caso, pedimos que entre em contato pelo e-mail: comunicacao@cvv.org.br

Sobre o CVV

O CVV presta serviço voluntário e gratuito de prevenção do suicídio e apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os cerca de 3 milhões de atendimentos anuais são realizados por 3.000 voluntários em mais de 100 postos de atendimento pelo telefone 188 (sem custo de ligação), ou pelo www.cvv.org.br via chat, e-mail ou carta. A entidade realiza também ações presenciais, como palestras, Curso de Escutatória e grupos de apoio a sobreviventes do suicídio – GASS (www.cvv.org.br/cvv-comunidade/).


 

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