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O caçador por Guilherme Gargantini

Por 23 de janeiro de 2016 Sem Comentários

dauphine amarelo


 

Jovem ambicioso e já trabalhando, consegui comprar um Dauphine amarelo 1960, fabricado pela Ford. Era novinho e brilhava muito, o que me dava o maior orgulho.

Foi quando meu amigo de infância – Bodão, me convidou para ir ao sítio do pai dele, fazer uma caçada, já que lá tinha um campo com muitas perdizes…

Detalhe: eu nunca tinha caçado na vida! Não me lembro como arrumei uma espingarda calibre 16, e lá fomos nós…

Eu não sabia que íamos acampar, estava meio frio e nós estávamos bem agasalhados. Se a memória não me trai, éramos eu, meu amigo Bodão (filho do dono do sítio) e o Cidinho, outro amigo.

Quando chegou a noite, e nos preparávamos pra acampar, o frio era muito grande e resolvemos acender uma fogueira. Deitamos e começamos a dormir, porém a fogueira começou a baixar. Eu não tive dúvidas, me levantei e fui procurar madeira. Eu achei logo, mas no escuro eu não vi que se tratava de uma carroça, que pertencia ao pai do Bodão, que no dia seguinte deu a maior bronca no meu amigo…

Na manhã seguinte, quando acordamos, fomos caçar e saímos em linha para evitar perigos no percurso. De repente, sobe diante de mim uma perdiz, parecia muito robusta, e eu, todo metido, comecei a mirar minha espingarda nela… ela voando e eu acompanhando… quando eu resolvi atirar, ela estava na linha de tiro entre meu Dauphine amarelo e ela…

É óbvio que eu errei, mas meu Dauphine amarelinho ficou cheio de marquinhas pretas, pois o tiro o atingiu em cheio! O difícil foi explicar a todo mundo que aquilo tinha sido um tiro acidental…

Outra coisa difícil também foi aguentar meu amigo reclamando da bronca do pai pela queimada da carroça.

Resumo da ópera: Demorei dois anos para recuperar meu Dauphine e nunca mais me meti a caçar absolutamente nada!

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